METAMORFOSERARSE: AFTER BABY LIFE OU, A VIDA PÓS BEBÊS

Ter filhos é isso, de parto normal ou de cesárea, este não é o ponto. Ter filhos é sofrer uma metamorfose, é se metamorfosear. 


Eu não sou o que era antes de ser o que estou sendo e a mudança foi tão brusca que é difícil dizer exatamente o que se metamorfoseou ou se sobrou algo não metamorfoseado. E você, metamorfoseouse?

Venho pensando no que Haudenschild conta em seu “Metamorfoses” e percebo que quase tudo que li sobre filhos e pais, antes de ser mãe, soa estranho hoje. Eu leio e releio o que já li, penso e repenso o que já pensei e parece que estou lendo pela primeira vez, porque não me lembro perfeitamente o que eu pensava antes de pensar em ser mãe.

A transformação é difícil. Sair da comodidade de quem é cuidado para o papel de cuidador é um mundo totalmente novo e desconhecido. E dá tanto medo que tem gente que se recusa a se metamorfosear nesse cuidador e delega (não é crítica, é constatação). O que ocorre, pelo que percebo, é isto, uma forte resistência de alguns (pais ou mães), tentando se agarrar a um fio do que eram há tão pouco tempo atrás.

Só que não tem como escapar, nós todos nos metamorfoseamos, cada um da sua maneira e o tanto quanto permite, mas todos estamos ou estaremos para sempre mudados.

E mesmo depois de algumas pessoas tentarem se preencher com os excessos de autocentralizações, em um momento se faz necessário um retorno à vida nova e real (a não ser, é claro!!! que a pessoa conte com a “ajuda” de outros cuidadores tão prestativos e dedicados que permitam que a alienação seja mantida). O filho é o motivo desta “nova vida” que (na maioria das vezes) foi desejada e pensada pelo casal, mas onde a fantasia, ao se tornar realidade, se mostra ser bem menos do que se imaginava, com fraldas para trocar, com mamadas para dar, com cansaços, choros, demandas constantes e é claro, com alegrias, muitas infinitas e inimagináveis alegrias intercaladas.

E então, percebemos que virão eternas metamorfoses daqui para frente e dizemos, “sejam bem vindas”, porque a certeza é que nada é certo, mas que eu, pelo menos, estou feliz por assim ser.

E você?

Indicação de leitura: Metamorfoses - Autora: Haudenschild, Teresa Rocha Leite

Comentários

  1. Tati, que texto mais lindo! Você é uma ótima escritora! Tenho certeza que apesar das dificuldades, noites não dormidas e preocupação, o que vale é a felicidade! Parabéns por ser uma ótima mãe, tenho muito orgulho! Beijos Carol

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  2. Realmente não dá para ser o que éramos antes. Acabou a liberdade e ponto. Nunca mais saímos sem nos preocupar com eles, tudo o que fazemos tem que levar em consideração os pequenos ou menos com quem vão ficar. As noites não são mais nossas. Do mesmo modo como me encontrei sendo mãe, acho que também me perdi um pouco do que era antes…rs

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    1. Verdade. Que bom que passou por aqui amiga. Você é uma mãe maravilhosa. Tati

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