FILHOS INDEPENDENTES, PAIS CONTENTES

Hoje eu gostaria de falar sobre a permissão dada pelos pais para que os filhos se tornem independentes. Sim! Permissão. Porque há pais que não se permitem permitir que isto aconteça.

A independência passa, por exemplo, em não favorecer uma preferência dos pais, mas em dar a possibilidade para que o indivíduo, desde muito precocemente, possa decidir o que, como e quando com as ferramentas disponíveis. Me refiro à, por exemplo, não oferecer tudo laranja, nem tudo verde para uma criança, mas mostrar toda a gama de cores e permitir que a criança decida que tom quer. 

Um dos itens mais icônicos, para mim, é o berço, ou melhor, a falta do berço no quarto. O passo dado para a retirada desta peça do quarto do bebê é um dos mais importantes e um dos mais difíceis a ser dado pelos pais logo na primeira infância. 

Algo que ajuda muito na tomada de decisão por parte dos pais é pensar que, ter que gritar, implorar para sair da "jaula-berço", é uma das primeiras mensagens passadas ao bebê de que ele não é independente. Permitir que um bebê possa sair do seu colchão e engatinhar para explorar seu quarto é um voto de confiança que pais já dão precocemente aos filhos e é aí que a semente da liberdade de escolha pode começar a ser germinada.

Porém, o berço/cama/colchão não é o único item que você pode modificar para permitir essa expressão da singularidade, independência, de seus filhos. O que usamos aqui em casa foi:

1. o berço, ou a falta dele... 

2. tudo ao alcance: estimulando sensações e valorização do que faz parte do dia a dia. É claro, tudo que é seguro ao alcance... bons exemplos de coisinhas fáceis de pegar para estimular a exploração: colher de pau, panelas, escova de cabelo, brinquedos adequados à idade. Uma caixa de panettone Bauducco do Natal pode virar máscara de robô para o resto do ano, é só querer...

  

3. poucos objetos no quarto do bebê e da criança: ninguém precisa de muito brinquedo para se desenvolver. O melhor é brincar com um item, no máximo tres por vez. Não é atrativo um baú, lotado de brinquedos. Aqui em casa tínhamos uma regra quando o bebê era bebê: brinquedinhos devem caber em uma caixa, passou disso, vai para doação. Claro que tem brinquedões que ficam fora da caixa, mas os pequeninos moram lá.

4. espelho: tem que ter! Na altura do seu filho, para que ele possa brincar quando quiser e perceber que é diferente da mãe, do pai, do cachorro…

5. se agache! Engatinhe! Tente pensar como é o mundo para seu filho. Tudo pendurado nas alturas, tudo inacessível, não pode, de forma alguma, ser legal! Imagine querer passar um creme e ter que subir em uma escada para pegar, ou ter que pedir para alguém toda vez que quiser usar seu objeto preferido?

E essas são algumas das "dicas" aqui de casa. E na sua? O que você fez para ser "parceira" no crescimento do seu bebê? Me conta?